terça-feira, 21 de setembro de 2010

São Francisco de Assis - I

SÃO FRANCISCO DE ASSIS


Durante o período de 01 de setembro a 04 de outubro é realizado a Romaria de São Francisco, nas Igrejas da Barquinha. Honrando essa tradição a Arca da Montanha Azul também realiza nesse período trabalhos em agradecimento a São Francisco por suas benções.


Abaixo uma pequena biografia desse Santo, retirada do site http://www.franciscanossantacruz.org.br/



Giovanne di Pietro di Bernardone nasceu na cidade italiana de Assis, por volta dos anos de 1182. O pequeno garoto foi batizado, posteriormente, com o nome de Francisco, em homenagem à França - país onde seu pai comerciante costumava viajar para realizar grandes negócios.

Durante boa parte de sua juventude, Francisco viveu em meio ao luxo e agitada vida social, graças à riqueza e prosperidade do comércio de tecidos de seu pai. Na época em que Francisco viveu, a Igreja passava por momentos difíceis. Vivia mergulhada numa riqueza e poder muito grande, longe do Evangelho anunciado por Jesus Cristo. Era também uma época de guerras: da Igreja contra os muçulmanos, de cidade contra cidade, do Papa contra o imperador.

Por volta de seus vinte anos, o jovem alistou-se no Exército e lutou a favor dos pobres de Assis contra os nobres defendidos pela cidade vizinha de Perúgia, que saiu vitoriosa após o combate. 

Tempo de conversão de São Francisco

Foi nessa cidade que Francisco foi preso e, após um ano de encarceramento, viu-se humilhado e com a saúde bastante debilitada. Após meses de recuperação, o jovem sentiu-se diferente. Não mais sentia prazer nas festanças e banquetes da nobreza de Assis. Foi, então, enviado às Cruzadas.
No caminho de volta a Assis, sua vida mudou radicalmente. Diversos acontecimentos afirmaram a vocação de Francisco de servir Jesus e seu evangelho, e sua conversão gradual se iniciou. Dentre eles, nas ruínas da Igreja de São Damião, quando ouviu a imagem de Cristo dizer-lhe: “Francisco, restaure minha casa que está em ruínas”. Colocando logo em prática o pedido do Pai, Francisco reconstruiu três pequenas igrejas abandonadas: a de São Damião, a igrejinha da Porciúncula dedicada à Santa Maria dos Anjos e a de São Pedro. O dinheiro para reerguer os templos foi conseguido com a venda de peças de tecidos que Francisco roubou da loja de seu pai. Muitas vezes Francisco usava suas próprias mãos para erguer a igreja pedra por pedra, como no caso da Igreja de São Damião.

Francisco não havia entendido ainda que a Igreja que deveria restaurar não era a de pedra, mas a própria Igreja de Cristo, enfraquecida na época por diversas heresias e pelo apego de seus líderes às riquezas e ao poder.

Outro acontecimento que marcou sua vida, foi um encontro com um leproso. Naquela época, os leprosos eram expulsos da cidade, abandonados por suas famílias e fadados a sobreviver com uma doença sem cura e que julgava-se ser um castigo por pecados cometidos pelo doente. O primeiro impulso de Francisco ao avistar o leproso, foi o de fugir. Ele tinha verdadeira aversão aos leprosos antes de sua conversão. Ao invés de fugir, Francisco se aproximou do doente, dando-lhe esmola e um beijo, reconhecendo-o como um irmão. O que Francisco descobre com esse beijo? Descobre que Cristo não é belo e não se veste com mantos de ouro, mas é pobre e crucificado, como o leproso que ele acabara de beijar. E é esse Cristo que deve ser seguido e imitado. E foi o que Francisco fez desse momento em diante. A partir de então, despiu-se de todos os bens materiais e roupas, vestiu uma túnica e passou a se dedicar integralmente aos pobres e leprosos, como se fosse um deles.

Esse momento foi tão importante na transformação de Francisco que, ao final de sua vida, recordava: “Foi assim que o Senhor me concedeu a mim, Frei Francisco, iniciar uma vida de penitência: como eu estivesse em pecado, parecia-me por demais insuportável olhar para os leprosos. Mas o Senhor conduziu-me para o meio deles e eu tive misericórdia para com eles. E, ao afastar-me deles, justamente o que antes me parecia amargo converteu-se para mim em doçura da alma e do espírito”.

Seu pai, enfurecido com as atitudes do filho e temeroso de perder toda a sua fortuna com as doações e projetos de Francisco, deserdou seu filho perante o Bispo. Diante das acusações do pai, na frente do Bispo, e de todos, Francisco tirou as próprias vestes, e nu, as devolveu ao pai dizendo: "Daqui em diante tenho somente um pai, o pai nosso do céu! ".

O evangelho como forma de vida

Após ter renunciado à herança de seu pai, Francisco chegou a morar em uma leprosaria, onde cuidava dos doentes e tratava-lhes as feridas. Quando os franciscanos eram ainda uns poucos frades, o tempo de noviciado era exatamente isso: morar numa leprosaria e cuidar dos leprosos. Ainda hoje, se os franciscanos quiserem ser fiéis ao seguimento de Cristo vivido por Francisco, eles têm que se fazer essa pergunta: quais são os leprosos que têm que ser abraçados, curados, cuidados, beijados, hoje? Quem estiver disposto a seguir Cristo a exemplo de Francisco deve estar disposto a reconhecer e a abraçar Cristo nos doentes da AIDS, nos idosos abandonados, nos menores da rua, nos refugiados de guerra...

Francisco passou a falar da vida de Evangelho nos lugares públicos de Assis, pregando a Paz e a conversão, junto a outros irmãos que se uniram a ele. O primeiro foi Bernardo de Quintaval, um rico da nobreza de Assis que, orientado por seu amigo Francisco, dividiu toda a sua riqueza entre os pobres da cidade e passou a seguir o Evangelho de Cristo. O segundo a procurar Francisco para seguir-lhe, foi Pedro de Catânia, doutor em Direito. Comovido pelas atitudes dos jovens de doar todas as suas riquezas, o sacerdote Silvestre, lançou-se com eles na empreitada de seguir o Evangelho e tornou-se, assim, o primeiro sacerdote da Ordem Franciscana.

Em 1210, o Papa Inocêncio III oficializou a Fraternidade dos Irmãos Menores, fundada em 1208 por Francisco e seus primeiros seguidores, cujas diretrizes principais eram a humildade e a pobreza. Os frades ajudavam aos pobres e infermos e dedicavam suas vidas à oração, pregações e atividades missionárias.

Os irmãos Franciscanos


Alguns anos depois, uma jovem de origem nobre de Assis, chamada Clara, procurou Francisco para se unir aos frades. Foi criada, então, a Ordem das Clarissas ou Segunda Ordem Franciscana. Para todos que o procuraram, ele aconselhou a viver o Evangelho de acordo com estado de vida de cada um. Ele orientava as pessoas casadas a se recusar a tomar parte em qualquer guerra ou pegar em armas, ensinou-lhes a ter grande devoção para com o sacramento da eucaristia. Deveriam levar uma vida simples, cuidar dos mais fracos e repartir o fruto do seu trabalho. No início, eram chamados os “irmãos da penitência”. Mais tarde passaram a ser conhecidos como os “franciscanos seculares”, isto é, os franciscanos que vivem no século, no mundo. Foi criada a Terceira Ordem Franciscana, para os leigos que também queriam seguir os ensinamentos de Cristo.

No ano de 1226, São Francisco de Assis já estava debilitado e quase cego, depois de anos vivendo como peregrino pregando uma vida de pobreza e humildade ao lado de pobres e leprosos. Pouco antes de morrer, ele passou pela Igreja de São Damião para despedir-se de Clara e suas irmãs, mas acabou ficando ali, devido ao agravamento de seu estado de saúde. E foi numa choupana, no anoitecer do dia 3 de outubro de 1226, que Francisco morreu nu, como havia pedido para seus irmãos. Chegado o momento, mandou chamar para perto de si todos os irmãos presentes, exortou-os a amar a Deus de todo o coração e a manterem a fidelidade ao Evangelho e à Igreja.
Quase moribundo, Francisco compôs o Cântico das Criaturas que cantou minutos antes de morrer. Até o fim da vida queria ver o mundo inteiro louvar e exaltar o Criador de todas as coisas. Quase cego, sozinho numa palhota, em estado febril e atormentado pelos ratos, deixou para a humanidade este canto de amor ao Pai de toda a criação.

Dois anos antes de sua morte, São Francisco teve uma visão de Cristo crucificado e, em um momento de êxtase e dor, recebeu as chagas de Jesus em seu próprio corpo, durante período de oração e jejum no Monte Alverne. Foi canonizado em 1228 por Gregório IX e seu dia é comemorado em 4 de outubro.

Nenhum comentário: